O desenho sistêmico, como uma ferramenta de serviço inserida na terapia alternativa, é muito produtivo no diagnóstico e solução do problema, ou queixa melhor expressando, pois permite que o profissional encontre detalhes sobre a vida da cliente que, muitas das vezes ela mesma não sabia, já que representação, entendida como arte, revela-se como expressão de pensamentos e sentimentos.
Observando que o desenho não é uma cópia do real, mas sim a interpretação que a pessoa faz de sua realidade, há uma busca pelos aspectos psicológicos nesta representação como fenômeno expressivo. Assim, quando a cliente faz a representação por meio do desenho observa-se a fase do desenvolvimento, exame da inteligência, motricidade, traço e uso das mãos, noção de espaço, percepção visual, expressão, caráter, lúdico e, especialmente, psicopatologia, enquanto expressão do modo como percebe e compreende o mundo. E isso como parte da terapia alternativa.
Deste modo, a aplicação do desenho como técnica projetiva permite economia de tempo, simples administração e resultados clínicos produtivos. Isto porque no primeiro momento a representação se apresenta livre, ou seja, desenha como sente o que lhe foi proposto. Já em um segundo momento, e após haver entendido o problema, faz um outro desenho inserindo outros elementos ou somente reorganizando os que já havia desenhado. Este o DESENHO DE SOLUÇÃO.
Quando se pede, por exemplo, que faça a representação da família, há três detalhes que precisam ser trabalhados, quais sejam, hierarquia, ordem e pertencimento – um assunto para outro texto – que precisam ser ajustados de modo que o emocional seja ajustado. É como se tirasse uma foto da família e depois outra, colocando nos devidos lugares as pessoas para ao final se sentir melhor por ter tirado E VISTO o melhor resultado.
Em acréscimo, quando utilizamos do desenho como mecanismo de projeção, atribuímos aos outros, quer enquanto pessoas ou objetos, sentimentos e intenções que na verdade pertencem a nós mesmos, pois alguns aspectos da personalidade deslocam-se de dentro de nós para o meio externo no qual estamos inseridos. Permite, com isso, aceder à forma como se representa o seu mundo emocional, aproximando-se da realidade externa, conseguindo, com isso, acessar o mundo interno por meio do que expressa no papel.
Alguns destes detalhes pedem ter acontecido em determinada fase da vida da criança e que a mente bloqueou de modo a proteger do sofrimento, mas que o adulto – neste outro momento da vida – está revivendo sem saber que se trata daquilo, acarretando, até mesmo, doenças físicas que a medicina não sabe como curar.
O fato é que terapia alternativa como meio de tratamento de doenças de cunho emocional, é uma realidade cada vez mais procurada e quem a utiliza ou dela se socorre para encontrar solução economiza dinheiro, tempo e energia.
Mais, ao iniciar a terapia alternativa com o desenho permite-se o desenvolver a criatividade, exprimindo traços de personalidade, emoções contidas, receios e conflitos.
Uma vez mais lembrando que todos os representados são vistos com os olhos de quem desenha e não como são na realidade em se mesmos. Contudo não se pode ignorar estas informações para analisar a cliente no conjunto das representações, permitindo identificar conflitos pessoais, revelando necessidades, emoções e sentimentos e característica da personalidade.
E sim, se a sua pergunta beira a dúvida, respondo que o desenho pode mostrar dinâmicas relacionadas com a ancestralidade, mortes violentas, abortos, adoção, que não se tem conhecimento. Então mediante estas revelações o trauma emocional é entendido e solucionado, proporcionando melhoras significativas para a cliente.
Por tudo isso, inclui na terapia alternativa com a qual trabalho o desenho sistêmico como uma das ferramentas de diagnóstico.