Luto e a despedida necessária; saudades que fica, tristeza que sai; fechar um ciclo.

Para a terapia alternativa as perdas, ou mais precisamente o LUTO, tem uma abordagem que vai além do perder pessoas, como comumente é entendido. Toda perda significativa tem um impacto emocional profundo, deixando marcas e traumas bem difíceis de serem aceitos por quem as perde. Pode ser mencionado, por exemplo, aborto, amputação, retirada de um órgão, trabalho.

Contudo, o que aqui se apresenta é o termo LUTO enquanto perda de pessoa (amada) de modo esperado ou não, mas que tiveram um significado muito grande na vida de quem a perde. Tendo em vista que o LUTO tem implicação com a saúde metal, dentro da terapia alternativa, é percorrido um caminho que busca levar a pessoa a FECHAR O CICLO, ou seja, fazer com que a perda fique no lugar certo dentro de sua vida. Certamente não é esquecer, pois é impossível, mas fazer com que esse LUTO não paralize a vida, nem seja a desculpa para justificar as situações do dia a dia. Lembrando, também, que a maneira como este LUTO vai sendo “vivido”, pode trazer doenças para o corpo que podem levar à morte. Isto porque, em muitas situações, quem perde pode ACHAR que a vida acabou, QUERENDO morrer junto com quem foi. Isto é terrível.

As fases pelas quais passa a pessoa começa com a NEGAÇÃO do fato. Ela “não admite” que a morte tenha levado a pessoa amada, e continua insistentemente a “fazer de conta” que a pessoa está viva, as vezes deixando o quarto como ela gostava, a cadeira vazia sem que ninguém possa sentar, o lugar no sofá. E até mesmo demorar – ou nem mesmo – se desfazer das roupas. Tudo isso para que a pessoa permaneça visível desta forma.

O perigo disso é que a pessoa enlutada tende a partir para um ISOLAMENTO pois vai criando uma história de presença e interação com a pessoa que partiu. Ela também permanece por muito tempo com um choro contínuo que a acompanha boa parte de seu dia aumentando o sentimento de perda e a isolando cada vez mais.

Diante desta situação – que não volta – a pessoa começa a desenvolver um sentimento de RAIVA contra tudo e contra todos, pois ao final começam as tentativas de respostas para a pergunta: POR QUÊ? Ainda que se possa buscar conforto em respostas objetivas para a MORTE, como a pessoa está cheia de raiva, nenhuma vai conseguir aliviar a RAIVA. O ruim de tudo isso é que, diante do desespero por não encontrar alento para o luto, a pessoa tende a adoecer. E isso sem contar o “descarregar” nos outros essa raiva.

Além de tudo isso, mas como sequência do processo vai se desenvolvendo a barganha, que são trocas – concessões – para justificar as atitudes que toma e, a partir disso, traz para si a CULPA pelo que ocorreu. Isto ainda é parte daquelas perguntas (por quê) e como não há resposta haverá de se procurar o QUEM? E essa pessoa procurada recai sobre si mesma já que ela era QUEM mais amava, deveria CUIDAR mais para não acontecer o falecimento.

Em sequência vai se abatendo a TRISTEZA e DESÂNIMO generalizado que deixam a pessoa prostrada, perdendo boa parte do sentido de sua própria vida e para com os demais que estão à sua volta, em especial os familiares. De certa forma, com essa atitude procura atrair para si a atenção e cuidado, e como está fragilizada consegue, se acostuma e fica dependente. Um outro tipo de ciclo que começa embaralhado com aquele primário.

Com a terapia alternativa a pessoa passará pelo processo de ACEITAÇÃO, que como escrevi acima, não é esquecer, mas compreender, primeiramente, toda a sua dinâmica sistêmica familiar com relação à pessoa falecida. E compreender, em especial, a própria importância para TODA a história da família.

E o mais importante de toda a NECESSIDADE de fechar o ciclo é mesmo mostrar para os “VIVOS” que eles também tem sua importância para ela, pois senão, terão a sensação de que só aquela que partiu merecia seu amor – choros, lamentos, etc.

A terapia alternativa, como ramo da saúde mental, tem profissionais preparados para o atendimento destas situações de LUTO que precisam ser elaborados para que a pessoa siga com sua vida com as saudades necessárias que lhe dão o sentido de pertencimento a uma família.