Relacionamento abusivo; como identificar, evitar ou sair dele com saúde mental.

Este é um tipo de relacionamento em que as pessoas envolvidas demoram a perceber as implicações e consequências ao longo do tempo. Isto porque nos primeiros momentos – primeiros encontros e meses – a impressão que se tem é que TUDO o que acontece faz parte do interesse, com a aproximação girando em torno do processo da PAIXÃO, o que hoje é vista de modo simplista, ou seja, denominado de “quimica”, força de atração, e um boa intimidade sexual na cama.

Antes porém de seguir é preciso que fique claro que a relação abusador/abusada pode ocorrer na outra mão, ou seja, abusadora/abusado. O detalhe a ser observado é a implicação da força física, que se pressupõe ser maior no homem. Mas é só um detalhe, o que não impede de que a mulher tenha a maior força física entre os dois.

Mas não é só isso. Além da observação objetiva da questão é preciso compreender a visão da saúde mental elaborada pela terapia alternativa. Muitas pessoas não percebem que esta relação, regularmente, UNE pessoas com as mesmas dinâmicas sistêmicas familiares. Elas, ainda que não compreendam COMO isso se deu em suas vidas, pois passaram por situações de abuso – físico ou moral – em sua fase de criança, em especial pelas mãos de seus cuidadores primários ou as pessoas que estavam no lugar deles, pensam que são somente VITIMAS e não CO-PARTICIPANTES de todo o drama. Esta é uma relação muito complexa.

Pois bem, seguindo; A ATENÇÃO que precisa se ter no começo esta no DESPERTAR da PAIXÃO na outra pessoa, por meio de presentes, delicadezas, gestos carinhosos e um elevado nível de interesse. A pessoa vai fazendo de tudo para ENVOLVER a outra.

No momento posterior começa a fase do ISOLAMENTO, que é aquela em que uma delas/abusador, passo a passo, bem devagar, vai isolando a outra da família, amigos e qualquer convívio social que represente um perigo, fazendo com que VIVA somente para ela. É preciso ficar de olho se essa situação está se assemelhando com uma JAULA. Cuidado com o “VIVEMOS UM PARA O OUTRO”.

Quando a fase da jaula está completa; quando a pessoa já está PRESA, começa a fase do DESPREZO com agressões verbais, humilhação. Neste momento a pessoa abusada PODE TER a sensação de que é NORMAL. Isto se dá pelo ardil da outra que faz de um jeito que “provoque” a pessoa, que uma vez provocada DÁ MOTIVO para a outra descarregar o desprezo. Isso pode se desenvolver por meio de ciúmes, manias e até obsessão. É por isso que num determinado ponto ela acha normal pois afinal foi ela quem deu o motivo. Por tras disso há, também, a causa intima própria para de tudo isso, ou seja, a “necessidade” dinâmica de ser desprezada. armar a confusão para ao final terminarem na cama “intensamente” e ficar numa boa. A dinâmica do desprezo como um hábito para fortalecer a PAIXÃO. Um outro detalhe aqui é que o ABUSADOR lá na infância DAVA atenção e supria um pouco da carência afetiva, pois se “interessava” por ela.

Posteriormente a isso vem a fase mais perigosa que é a fase da AGRESSÃO FÍSICA, que é o momento que o AMOR PRÓPRIO já está morto – um morto vivo sem reação.

O pior de tudo isso, que este momento psico-emocional NADA TEM A VER com o outro. A pessoa carrega a CULPA – aquela decorrente de traumas da infância – que gera nela uma sensação de vida injusta, sensação de tempo perdido.

Enfim, EU FUI UMA IDIOTA.

Sempre é importante informar que a situação pode chegar ao ponto de ocorrer a morte no crime hoje descrito como FEMINICÍDIO.

Voltando à terapia alternativa, como ramo da saúde mental, ela tem mecanismos para AJUDAR a pessoa a COMPREENDER onde estão as raízes de seu problema de modo a entender o porquê entrou neste tipo de relacionamento. Se isso não for solucionado a pessoa tenderá a permancer neste mesmo ciclo pois é o que ela conhece e o que atrai para sua vida, mesmo que POSSA ACHAR que a NOVA pessoa que conheceu é diferente. A pessoa pode até ser diferente, mas ELA NÃO É.