A dependência química, ampla e comumente chamada de “droga”, por serem muitas as que estão sendo dissiminadas e usadas, é um dos assuntos mais difíceis de serem abordados pelas famílias. Isto porque é um assunto que de certa forma expõe a família como um todo pois envolve, tanto na conscientização como na solução, todos os membros e não somente o dependente.
Como sempre a terapia alternativa volta o seu olhar para o doente, pois a doença, com sua linguagem própria, é um acesso que se tem para o mundo emocional e sistêmico dele. Assim é que quando se coloca o olhar (foco) no doente, a doença em si mesma serve para entender o significado no doente. A linguagem da doença dá o direcionamento para compreender as raízes emocionais e sistêmicas.
Ainda que se tenham “muitas” dependências, há uma raiz comum a todas elas que é o que vem no tema: “sem o OUTRO em não vivo”. Sem aquilo em não vivo. Me faz mal, mas sem aquilo eu não vivo.
Considerando a linguagem da doença e o significado que traz embutido, a terapia alternativa elabora o caminho da solução para o momento em que na vida desta pessoa ela esteve DEPENDENTE a tal ponto de não poder viver sem “isso”. Certamente que a resposta recai sob o momento em que ela era um bebê e não podia ficar sem a alimentação. Em continuação a isso, a até porque é a mãe que fornece esse alimento, segue-se que “sem a minha mãe eu não vivo” como consequência. Por isso é que onde há um dependente há um codependente. (mãezinha/filhinho).
Todas as pessoas procuram, desde o feto, uma conexão de segurança pois é esta conexão que dá sentido para a formação das famílias em especial e a sociedade como um todo. Por outro lado, todos os traumas também são assimilados de forma que o cerébro constrói referências do desamparo aprendido. O fato é que na vida do bebê – e da criança – vai sendo construído o seu mundo emocional. De ressaltar que o cérebro trabalha com SEGURANÇA, ou seja, ele PREFERE que tudo esteja bem seguro.
No caso presente estamos falando da relação ETERNIZADA no bebê entre ele e a mãe (mãezinha/bebezinho) nas dinâmicas do “eu vou sempre cuidar de você”. “eu sou a responsável”, “com meu amor vou cuidar de você”.
Pois bem, quando essa pessoa atinge a idade adulta – embora o seu emocional não esteja no mesmo ponto – e se encontra diante da responsabilidade que tal situação exige para o atos NO MUNDO do trabalho, casamento…bate o desespero de não ter o que precisa, ou seja, a SEGURANÇA pessoal. E é neste momento que tal PROBLEMA serve de gatilho para procurar um substituto, no caso as drogas.
Pode parecer complicado de entender a dinâmica de ESTAR INGERINDO ALGO QUE NÃO FAZ BEM, MAS SEM ISSO NÃO VIVE. Ocorreu lá atrás uma dinâmica de nutrição tóxica, e por esta mesma dinâmica quer RESGATAR UM VAZIO, um ALGO que faltou da mãe naquele período de simbiose entre a mãe que amamenta e o bebê alimentado.
A terapia alternativa encontra um solução para isso quando TODOS da família se UNEM para resolverem o problema, que É DE TODOS. Por isso que não basta internar o dependente e dar-lhe o remédio da abstinência, pois é JUSTAMENTE esta falta que ele busca nas drogas. Quanto mais falta, mais rapidamente ele VOLTA ao vício.
É preciso SUPRIR esta falta com a SOLUÇÃO EMOCIONAL para esta situação.