A vitimização é vista pela terapia alternativa, ramo da saúde mental, como um longo processo em que a pessoa constrói pensamentos que julga serem válidos a partir de sentimentos mal elaborados. Isso ocorre a partir de experiências, repetidas ou não, que foram sendo vividas e geraram sofrimento. A partir daí ela DEFINE que isso é um grande problema e que não tem solução. E como não tem solução passa a ser uma verdade para si mesma.
Como ela vive achando que tudo o que acontece com ela não acontece como queria, vai elaborando respostas para justificar, desde o primeiro evento ruim, aquele que serviu como desencadeador do processo, seus pensamentos, mas que sempre a deixam prisioneira destas falsas certezas.
O fato é que tal pessoa entra em um processo de vitimização AFIRMANDO que ninguém a entende já que SEU problema é o mais importante. Além disso precisa da compreensão de todos, desde que NÃO MEXAM com o problema, somente estejam ao lado dela pra “entender” o que ela está passando. Não há a necessidade de resolver, até porque ela não quer resolver, basta cuidar dela em seu sofrimento. A falsa certeza se tornou tão real que não “consegue” viver sem ela.
Neste ponto da situação, a terapia alternativa, começa a trabalhar fazendo a pessoa perceber que o primeiro evento, ainda que ruim, não pode ser determinante para todo o resto. Imagina uma pessoa que caminha por uma trilha próxima do mar que esteja com sede, aproxima-se de uma bica, contudo é de água salobra. Com isso essa pessoa nunca mais vai tomar água? É justamente isso que ela constrói como uma falsa certeza, ou seja, de que tudo o que possa ser líquido é salobra e vai fazer mal a ela.
Assim é que se fecha tão profundamente em suas FALSAS CERTEZAS que nada do que seja NOVO tem a capacidade de modificar suas convicções.
No relacionamento é a mesma coisa. A pessoa pode se decepcionar com uma pessoa e isso serve como reforço de um sentimento que lhe dizia que nenhum homem presta, dentre outras falsas certezas sobre os homens.
O que é importante nisso tudo é que essa pessoa está fechada para o novo, sequer abre para a possibilidade de que uma nova situação, uma nova pessoa, uma nova água possam ser diferentes do que formou como certezas. Esse processo de vitimização acaba por deixar a pessoa doente fisicamente, reforçando a necessidade de cuidado, expondo mais ainda o quanto é uma vítima que precisa ser cuidada, justificando suas falsas certezas. Um ciclo vicioso terrível.
Por estas e outras é que a terapia alternativa – ramo da saúde mental – possui a capacidade técnica necessária para tirar a pessoa desta situação dramática, devolvendo a saúde mental para que possa viver vida de ADULTA SAUDÁVEL.