Autismo, uma visão terapeutica.

Antes de mais nada há que se saber que o autismo não é uma doença, sim um transtorno ou uma condição. Nâo há cura conhecida, e justamente por não ter cura, não é entendida como doença.

Para a terapia alternativa, na sua observação sistêmica, o autismo é como qualquer problema, sendo esse elemento o portador da doença da família, pois é nesse olhar para a família como um todo que se busca resposta para a ocorrência desta condição. Deste modo é no mundo intra uterino do bebê onde começam os problemas, é por aí que se busca entender a maternagem, pesquisar seres destruídos, como se deu o relacionamento desta mãe com sua própria mãe (ancestralidade). Também são pesquisados os abortos (ditos espontâneos) e abortos provocados. Até mesmo, na linha da família, crianças que morreram e que o luto não foi elaborado.

Com todas estes detalhes de análise vai-se em busca das raízes sistêmicas sabendo, de antemão, que esta criança é portadora de algo que a família não quer ver, com o que ela carrega o sofrimento desta dinâmica como em qualquer outra doença. Neste caso é sempre procurar saber, com especial atenção, das crianças TIRADAS do sistema no direito de PERTENCER.

E com tudo isso, essa criança é aquela que MOSTRA para a família que há algo a ser compreendido no sistema familiar; e não só compreendido, mas, sobretudo, elaborado.

Por outro lado, sempre em somatório à compreensão, sabe-se que dentro no nosso organismo cada célula tem seu lugar e sua função. Quando a INFORMAÇÃO que determina a organização da matéria não está coerente ou saudável, poderá haver a geração de uma dinâmica de doença, por exemplo. Poderá haver condução de maior energia para um lado, menor para o outtro, o surgimento de moléstias tipo ‘hipo’ ou tipo ‘hiper’, alguma coisa. Ou seja, esse ‘campo de informações’ que orienta a energia pode levar o indivíduo pra uma dinâmica mais doentia ou mais saudável.

Por outro lado e ainda em acréscimo, dentro do campo morfogenético, fala-se em HÁBITO, que é o padrão de direcionamento do indivíduo, se uma pessoa tem um trauma há a criação de um hábito, tornando suas ações automáticas, tomadas sem reflexão. O hábito determina uma repetição de padrões (girar em torno do trauma) que orientará as DECISÕES.

Dentre outras coisas, há que se considerar que todos estes traumas e hábitos venham de gerações, sucessivamente, posto que não compreendidos e elaborados no tempo de sua ocorrência.

Ainda, na observação da epigenética, sabemos que o código genético foi realmente decifrado, mas isso não levou ao conhecimento das raízes de todas as doenças, pelo contrário, as descobertas deitaram por terra muitas convicções da ciência.

Não é o código genético que, sozinho, define a expressão da doença e isso motivou estudos em busca da compreensão do que ativa ou desativa um gene. Um gene pode estar presente, mas há algo que o ativa ou que não permite a sua ativação. São estas questões que a terapia alternativa, na constelação sistêmica familiar, vasculha na ancestralidade para verificar se, onde e o porquê possa ter sido disparado o gatilho para tal finalidade.

Quando a criança se encontra no mundo intra uterino, o campo que a envolve e que influenciará a formação de seu corpo é o campo emocional da sua mãe, pois o campo emocional da gestante altera a herança epigenética. Nesse caso pode ocorrer que a mãe carregue a INFORMAÇÃO e que por um gatilho na gravidez dispare ou não a energia que ativa ou não permite a ativação dos gene.

A terapia alternativa trabalha mais com a mãe do que com a criança já que é nela e a partir dela que estão as respostas para a compreensão da condição de seu filho(a). Nâo há CULPA ou JULGAMENTO nesta abordagem, somente que essa MULHER se torne aquela que, EM NOME DE TODA A FAMILIA (ancestralidade e futuro) ajuste a energia de modo a que saia da MORTE para a VIDA, RECONHECENDO e trazendo para o sistema todas as crianças que estão fora do DIREITO DE PERTENCIMENTO.

(baseado no livro ‘O poder da essência sistêmica’ Fernando Freitas – Editora IBRACS – 2021)